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12º Congresso de Gastronomia Unit-Senac inicia com palestra de Raul Lody


12º Congresso de Gastronomia Unit-Senac inicia com palestra de Raul Lody

A 12ª edição do Congresso de Gastronomia Unit-Senac teve início nesta terça-feira (26) com um formato diferenciado dos outros anos: por causa da pandemia do coronavríus, as palestras estão sendo realizadas online. Isso, no entanto, não impediu que houvesse um grande número de participantes, tendo, até o início do evento, quase 400 inscritos na plataforma Magister, da Unit. A Semana Gastronômica começou com uma das palestras mais aguardadas, proferida pelo professor Raul Lody.

Professor, antropólogo e museólogo, Lody possui importantes trabalhos na área da gastronomia, onde realiza uma fusão dela com suas áreas principais de conhecimento. E, na palestra que ele apresentou no congresso, intitulada “Gastronomia no Mundo de Quarentena”, trouxe importantes reflexões acerca da situação de pandemia, bem como da relação da gastronomia e da alimentação dentro deste panorama. Em seus estudos, ele busca pensar na comida e na alimentação dentro de um aspecto antropológico e social. E, na ocasião, ele também apresentou a plataforma do Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste e Espírito Santo (OPANES).

  

Um “novo momento”

De acordo com o professor, o momento de pandemia se encaixa naquilo que ele chama de “terceiro momento” da gastronomia mundial. Nesse momento, além da óbvia influência que a pandemia está trazendo nas relações sociais (com situações de isolamento, promovidas pela quarentena), há a importância da comida como elemento presente nas relações sociais e humanas. Em um dos exemplos, ele citou justamente o período junino que se aproxima, e de como a alimentação estará inserida neste contexto, lembrando que a comida no período junino está ligada a rituais sociais e pela primeira vez estará em um aspecto mais individual.

Outro ponto citado por Lody é sobre como a internet é um “novo elemento” na visão antropológica e social dentro deste contexto de pandemia, uma vez que diversos processos onde a gastronomia, de alguma forma, era inserida no convívio ganhou um significado, a exemplo dos aniversários que, pelo isolamento, são feitos de maneira online, com cada participante tendo um pedaço do bolo de maneira simbólica.

O congresso continua, indo até sexta-feira (29). E, além dos palestrantes locais, haverá presenças de gastrólogos do Amazonas, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, e uma roda de conversa entre profissionais que trabalham em outros países, como Portugal, México e Moçambique.

Grandes palestras e valorização regional

O Instrutor técnico de gastronomia e gerente da unidade pedagógica do Cacique Chá, chef Amintas Diniz, membro ativo na organização do evento, faz um balanço bastante positivo do primeiro dia: “Comparo a expectativa à de um filho que vai nascer, e ele nasceu. Este primeiro dia está sendo ótimo, com várias apresentações de professores e também historiadores, sejam locais, regionais ou nacionais, mostrando toda nossa história da gastronomia. A palestra do (Raul) Lody, mostrou a gastronomia na pandemia e também toda essa parte da culinária brasileira, da valorização dos nossos produtos regionais, além do lançamento da OPANES. À tarde tivemos maravilhosos workshops mostrando nossos produtos regionais na alta gastronomia, com o professor Samuel e o professor Orestes, ambos do Senac. Está sendo muito gratificante todo esse empenho, pois tudo está fluindo muito bem. É digno de palmas”.

Falando no regional, Amintas reforça que aquilo que é “da terra” está tendo um grande foco no evento. “Está havendo uma valorização dos nossos produtos regionais, nossas técnicas. Esse está sendo um foco maior nesse congresso: podermos trabalhar nossas técnicas com produtos regionais, e não só os professores do Estado, mas também os da Paraíba, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, todos mostrando seus produtos com valorização na alta gastronomia”.

Para o chef, a palavra certa para a 12ª Semana Gastronômica é “reinventar”, não só por ter que readequar o evento para um formato online, mas também por outros motivos. “Essa palavra veio a calhar, pois o grande destaque do nosso evento está sendo justamente isso: observar o crescimento e as mudanças da gastronomia. E esse intercâmbio de conhecimentos está sendo muito bom” , frisa, reforçando que “além disso, há o destaque do alcance, pois fora os instrutores locais e regionais, estamos sendo contemplados com chefs de cozinha do México, de Moçambique, de Portugal e da Nova Zelândia, então tudo está fluindo muito bem”, finalizou Amintas.

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