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Instrutora do Senac conta como a troca de experiência em sala de aula a fez se reconhecer como mulher preta e linda

21 de março: ambiente pedagógico também é espaço para falar sobre a ‘Eliminação da Discriminação Racial’
Instrutora do Senac conta como a troca de experiência em sala de aula a fez se reconhecer como mulher preta e linda

Uma mulher preta e linda. Foi nas salas de aula da Unidade Móvel do Senac Sergipe que a instrutora Edelfrancla Reis despertou para a plenitude da sua beleza. Nesse processo, ela contou com o apoio de suas alunas. Atualmente, a troca de informações e experiências sobre discriminação racial de qualquer tipo e contra qualquer raça sempre ocorre no ambiente escolar. A educação é uma ferramenta poderosa e aliada nesse combate.

“Lembro que um grupo de alunas, me ajudou muito a me reconhecer como mulher preta e linda. Foi junto aos meus alunos, refletindo sobre as lutas que a pessoa negra enfrenta diariamente, que pude ver o quanto meu cabelo natural é lindo. Passei pela transição, cortei o cabelo para lembrar como era e é o meu cabelo”, relembra Fran, como é conhecida por todos.

Na data que lembra em todo o mundo a importância da luta contra a “Discriminação Racial”, 21 de março, a instrutora relata a experiência positiva que teve e que faz questão de sempre propagar, debater e inspirar pessoas negras e de outras etnias.

“Em sala de aula, seja com jovens, crianças ou adultos, sempre levanto discussão sobre as desigualdades raciais e o quanto elas estão atreladas às questões políticas, sociais e históricas. Levo textos, recortes de revistas e jornais, imagens, temas para discussão em roda de conversas etc. Tento ouvir o que pensam os estudantes, sobre as formas e estratégias que usam no cotidiano para enfrentamento de suas lutas”.

Houve muitos avanços no combate à discriminação racial em todo o mundo nas últimas décadas, a exemplo de criação de Leis específicas para proteger as pessoas de discriminação racial, adotada em vários países; a implantação de programas educacionais para promover a diversidade e a inclusão. As escolas estão cada vez mais ensinando a história e a cultura de grupos marginalizados para promover a compreensão e a empatia.

“Sempre fico atenta às expressões utilizadas para as devidas correções e inclusive aprendo muito com os alunos durante as discussões. É um aprendizado enriquecedor para todos, para que tenhamos a percepção do nosso empoderamento”, afirma Fran Reis, ressaltando que é preciso dar mais espaço para os que são discriminados usarem a sua voz.

“Enquanto pessoa negra, sei que minha etnia tem muito a falar. Lamentavelmente, de forma direta ou indireta, ainda somos tolhidos e tentam calar a nossa voz. A defesa por espaços e respeito devem ser constantes, diárias”, reforça a instrutora.

Nesse contexto, os movimentos sociais têm desempenhado um papel importante no combate à discriminação racial. Eles têm pressionado por mudanças significativas nas políticas sociais, inclusive na sensibilização de pessoas sobre o assunto, que consequentemente estão se tornando mais ativas em combater a discriminação e promover a igualdade.

A tecnologia reforça a luta através das redes sociais e outras ferramentas, que têm permitido que as pessoas denunciem a discriminação racial e tornem públicos os casos de injustiça racial. Além disso, a tecnologia também está sendo usada para promover a diversidade e a inclusão em locais de trabalho e em outras áreas.

Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, esses avanços são um sinal de progresso nesta luta contra as desigualdades entre raças.

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