O Senac Sergipe abriu as portas de uma de suas cozinhas pedagógicas para a etapa final do “I Intercâmbio em Ecogastronomia Slow Food para os jovens dos projetos Fida no Brasil”. O evento aconteceu através de uma parceria entre o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Governo do Estado de Sergipe, Semear Internacional e Movimento Slow Food, com a proposta de trazer para os jovens rurais o conceito inovador da ecogastronomia.
O intercâmbio reuniu 25 participantes dos estados de Sergipe, Bahia, Piauí, Pernambuco e Ceará, oriundos de comunidades beneficiárias de projetos apoiados pelo Fida. Nas oficinas ministradas pelos chefs Leila Carreiro (Bahia) e Timóteo Domingos (Sergipe), eles aprenderam técnicas culinárias com receitas à base de palma e ingredientes da gastronomia regional. Os participantes também puderam criar e apresentar seus próprios pratos. As receitas oriundas dessa atividade serão compiladas em um livro de ecogastronomia Slow Food.
Revecca Tapie, coordenadora do Slow Food Nordeste, explicou que este é um movimento internacional para o uso dos produtos da biodiversidade local e contato com os produtores. Revecca disse, ainda, que o objetivo do intercâmbio foi promover o alimento nas dimensões social, cultural e ambiental, e agradeceu ao Senac Sergipe por abrir as portas de sua cozinha. “Não somente despertou nos participantes a necessidade da formalização, como proporcionou que eles vivessem essa experiência. Estão todos encantados com a estrutura que encontraram aqui. É algo que não irão esquecer”, disse.
O diretor regional do Senac Sergipe, Paulo do Eirado, conheceu o Movimento Slow Food em viagem à Itália no mês de abril, juntamente com diretores do Senac de outros estados do Nordeste. A comitiva visitou a Università degli Studi di Scienze Gastronomiche (Unisg), fundada em 2004 pela associação internacional sem fins lucrativos Slow Food. A universidade forma gastrônomos com habilidades e conhecimentos multidisciplinares nos campos da Ciência, Cultura, Política, Economia e Ecologia da Alimentação, trabalhando para aplicá-los à produção, distribuição e ao consumo sustentável.
“É uma vertente que cresce no mundo e tem relação com a forma como as pessoas devem se alimentar. Tem toda uma proposta filosófica e muito interessante. Mas o movimento maior que nos atrai para ter esse evento acontecendo aqui no Senac, está mais ligado à questão do turismo. Conciliando essa vertente do Slow Food com as comunidades do Baixo São Francisco e outras regiões, desenvolvendo pratos típicos e o turismo de lazer, valorizando esses aspectos locais dentro do que podemos chamar de turismo rural, que é algo que precisa crescer o Sergipe. O Senac dá todo o apoio para que venham realizar com êxito essas tentativas para a geração de renda, para melhorar as condições de vida dessas comunidades que normalmente ainda vivem em um ambiente de baixo Índice de Desenvolvimento Humano”, declarou o diretor.