Em 2025, o Senac Nossa Senhora da Glória, localizado no Alto Sertão Sergipano, apresentou pela primeira vez, no âmbito do Programa Senac de Gratuidade – PSG, o curso de Agente de Combate a Endemias. Com 22 alunos concluindo a formação inicial, o curso já demonstra impacto significativo em estratégias de saúde pública, especialmente no combate à esquistossomose.
O projeto integrador da turma, intitulado ‘Da Biomphalaria ao Homem: a transformação no monitoramento da esquistossomose com as novas tecnologias’, focou na implementação de um sistema avançado de vigilância contra a doença. O aplicativo EsquistoMap foi desenvolvido para mapear focos de caramujos, uma das principais causas da esquistossomose, permitindo a detecção de áreas com saneamento inadequado, monitoramento de casos positivos, e a organização de ações educativas de prevenção.
Para a aluna Jéssica Rosa, a discussão em sala de aula foi fundamental para alterar a percepção sobre a atuação dos Agentes de Combate a Endemias (ACEs). “Frequentemente, o foco está em doenças como raiva, leishmaniose e arboviroses, mas ampliamos nossa compreensão para enfermidades que costumam ser negligenciadas. Essa abordagem nos permitiu explorar diferentes temas e buscar novas metodologias para transformar nosso cenário atual. Seria incrível estender este projeto e seu impacto”, pontuou.
A alta demanda de interessados, 151 inscrições para apenas 25 vagas, destacou o interesse e a necessidade de formação profissional na região. “O curso integra práticas teóricas e técnicas diretamente aplicáveis, com o objetivo de preparar os novos agentes de Combate a Endemias para enfrentar desafios reais nas comunidades”, disse Edilson Santos, gerente da unidade Senac.
Como parte do projeto, uma simulação dinâmica foi realizada, envolvendo todos os alunos. A encenação protagonizada por Angelina dos Santos, e apoiada pelos demais colegas, demonstrou a atuação eficaz dos agentes no campo, desde a identificação de focos de contaminação até técnicas de abordagem comunitária, instrução sobre riscos e medidas preventivas.
“Além de capacitar os alunos, a iniciativa fortalece as estratégias de controle da esquistossomose, atendendo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) voltados para a saúde e bem-estar. Com o EsquistoMap, a turma pioneira do Alto Sertão Sergipano leva inovação e esperança para regiões vulneráveis”, explicou a instrutora Beatriz Melo.
“O curso foi uma experiência de grande aprendizado que agregou muito à minha formação, me proporcionando uma bagagem sólida para minha evolução profissional e pessoal”, revela a aluna Itamara dos Santos.
Para a aluna Angelina dos Santos, o curso de Agente de Combate a Endemias foi além do conhecimento. “Me ensinou a pensar como uma profissional, cuidar, prevenir a sociedade, ter um grande desempenho. O domínio sobre redes e segurança, a bagagem de conhecimento me fez de saber, com exatidão, o que procurar e como agir. Sinto que agora sou muito mais eficaz na identificação e no controle de focos, e sei usar as informações para educar a comunidade”, contou.
“Este projeto integrador é um exemplo de como a educação e a tecnologia se unem para transformar realidades e promover um futuro mais saudável para todos”, finalizou Edilson Santos.
